Passo a explicar. Para tal, servir-me-ei das palavras de Fernando Savater, filósofo e grande pedagogo espanhol, no seu livro "O Valor de Educar" [pp.52-54]. São elas que melhor dirão dos objectivos & intenções deste blogue. Ei-las:
«Em linhas gerais, a educação, orientada para a formação da alma e para a transmissão do respeito pelos valores morais e patrióticos foi sempre considerada de um nível superior ao da instrução, destinada a dar a conhecer competências técnicas ou teorias científicas. (...)
Em contraposição, educação versus instrução, parece hoje notavelmente obsoleta e bastante enganadora. (...). Sucede ainda que separar a educação da instrução se mostra não só indesejável, mas igualmente impossível, uma vez que não se pode instruir sem educar e vice-versa. Como poderemos transmitir valores morais ou de cidadania sem recorrermos a informações históricas, sem termos em conta as leis em vigor e o sistema de governo estabelecido, sem falarmos de outras culturas e países, sem reflectirmos, por elementarmente que seja, sobre a psicologia e a fisiologia humanas ou em empregarmos algumas noções de informação filosófica? E como poderemos instruir alguém em matéria de conhecimentos científicos, se não lhe inculcarmos o respeito por valores tão humanos como a verdade, a exactidão ou a curiosidade?». Ah e também de Pitágoras «eduquemos as crianças e não será necessário castigar os homens»

Coragem... pequeno soldado do imenso exército. Os teus livros são as tuas armas, a tua classe é a tua esquadra, o campo de batalha é a terra inteira, e a vitória é a civilização humana" (Amicis, Edmondo in Cuore)

quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

EDUCAÇÃO, FORMAÇÃO & EDUCAÇÃO: Encontro europeu de Taizé. Milhares de jovens vão passar o ano em oração

O encontro de final de ano começa esta segunda-feira em Valência, Espanha, e termina a 1 de Janeiro. Participantes receberam uma carta do Papa Francisco. Para ler mais clique aqui.
Muito gosto eu de ver os jovens nestas "andanças".

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

inPRENSA & ENSINO:

Suspender metas curriculares? Sim, mas não para já
PCP pede fim imediato das regras de avaliação dos alunos. Governo diz que só faz mudanças depois de avaliação científica. Para ler mais clique aqui.
Cientistas desenvolvem a primeira teoria matemática do humor
http://zap.aeiou.pt/cientistas-desenvolvem-a-primeira-teoria-matematica-do-humor-95319
Matemática troca as volta aos vírus e às bactérias
http://www.jn.pt/PaginaInicial/Interior.aspx?content_id=520885
Matemática ajuda a combater infeções
Uma equipa de investigadores da Universidade de Aveiro descobriu um algoritmo que ajuda a combater infeções em simultâneo pelo vírus VIH, que causa a sida, e pela bactéria da tuberculose. O modelo prevê a influência dos tratamentos na evolução do estado de saúde dos pacientes, a médio e longo prazo. Assim, os médicos podem traçar prioridades e decidir quem deve ser tratado, como e durante quanto tempo, de forma a reduzir ao mínimo o número dos infetados a desenvolver ativamente as duas doenças.
O modelo ajuda a escolher quem “deve fazer o tratamento para ambas as doenças ou apenas uma delas, considerando situações de escassez de meios para o tratamento de toda a população infetada”, explicou Delfim Torres, coautor do estudo, com Cristiana Silva.
O algoritmo divide a população em classes, de acordo com o estado de saúde de cada pessoa em relação a cada uma das duas infeções. (in JN de 2 de Dezembro de 2015) 

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

EDUCAÇÃO, FORMAÇÃO & ENSINO: Estes adultos estão loucos...

Ainda não percebi bem o que querem de mim...

Nasci porque a minha mamã queria ser Mãe e o meu papá queria ser Pai.

Mas não pensaram se eu quereria ser o filho deles a tempo inteiro.

E eles, afinal, não tinham tempo para mim.

Mas fizeram-me nascer na mesma.

Agora sou bebé, passo 8 ou 9 horas por dia na creche, até que a minha mãe (quase sempre) ou o meu pai, me venham buscar.

Chego a casa cansado, bem como os meus pais; eles olham para mim, dizem blá-blá-blá, eu rio-me, eles também e depois metem-me na cama.

Ando assim 5 ou 6 anos.

Depois começo a frequentar a escola.
Entro logo de manhã, às vezes debaixo de chuva, vento e muito frio e estou dentro da escola, 6 ou 7 horas, até que a minha mãe (quase sempre) me venha buscar.

Em casa, faço os TPC's., com a ajuda possível dos meus pais, que estão cansados, frustrados, revoltados com o trabalho, cujos salários mal dão para vivermos com dignidade, até que chega a hora do jantar, feito pela minha mãe.

Depois olham para mim, com os olhos cansados, mas ainda com energia para dizerem blá-blá-blá. Eu ainda me rio, eles também, lavo os dentes e vou para a cama.
Ando assim mais 4 anos.

Entro na escola secundária. Tenho muitos professores e muitas disciplinas. Fico lá 6 ou 7 horas, até tocar para a saída.
Nos primeiros tempos ainda espero pelo meu pai (é ele que tem o carro) e vou para a casa.
Mas, alguns 3 ou 4 anos depois, já regresso sozinho.
Apanho os transportes públicos, cheios de adultos que até me pisam para entrarem primeiro do que eu, mostro o "passe" e chego a casa, cansado! Beijo o meu pai, também cansado, beijo a minha mãe que está na cozinha, também fatigada e tento fazer os TPC's. Por vezes adormeço e muitas vezes não consigo fazê-los.E então já sei que os professores vão escrever um "recado" ao meu pai. E depois vou ser castigado.
Mesmo que esteja cansado! No dia seguinte, o professor grita comigo e pergunta se os meus pais não têm tempo para me dar educação.
Eu não respondo, mas apetece-me!

Alguns dos meus colegas, respondem!
E os professores dizem que não são educadores.
Que os educadores deviam ser os pais.

Só que os professores estão comigo 7 horas por dia, se não faltarem às aulas.
Os meus pais, estão comigo, talvez, 2 ou 3 horas por dia, o resto é para comer e dormir.
Fico a pensar, quem é que me poderá educar?

Acho que os adultos estão loucos!

Vou começar a fazer uma birra!
Talvez me olhem de outra maneira...
Acho que vou começar a fumar nas traseiras da escola.
Está lá a malta da turma.
Eles até não se importam de "partilhar aqueles cigarros que eles próprios fazem".
Eles dizem que aquilo é um paraíso. Talvez experimente.

Os professores não vão dizer nada porque não são meus educadores.
Os meus pais não vão dizer nada porque na escola ninguém tem obrigação de me vigiar e em casa os meus pais estão cansados e só estão comigo (acordados) 2 ou 3 horas.

Os adultos dizem que eu sou mal-educado mas não é verdade, eu não tenho mesmo nenhuma educação.
Porquê?
Porque os adultos não têm tempo!

NOTA:Não tenho nada contra os Pais ou os Professores, mas tenho contra esta Sociedade desequilibrada!

          

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

ENSINO&UTILIDADES: Matemática ensina a melhor forma de embrulhar presentes

Dificuldade em embrulhar embalagens ovais ou em forma de triângulo? Veja o vídeo aqui e aprenda a fazê-lo de uma forma muito simples.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

ENSINO: Aprender a ler mais cedo: a pressão do sucesso começa no pré-escolar

Pediatras defendem que não se deve forçar o desenvolvimento das crianças. Educadores dizem que seguem o ritmo de cada um. Sair do pré-escolar a ler não é uma meta, asseguram, mas estudo americano indica o contrário. Para ler mais clicar aqui.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

inPRENSA: “Esqueçam tudo o que aprenderam na escola sobre Matemática”

E aqui está uma história totalmente diferente, como diriam os Monty Python: Edward Frenkel, um dos grandes matemáticos da atualidade, russo a viver nos EUA, diz que esta disciplina se ensina como se a terra fosse plana. “Esqueçam tudo o que aprenderam na escola sobre matemática” diz ele.

sábado, 12 de dezembro de 2015

inPRENSA: ranking das escolas

No ensino secundário confirma-se o domínio cada vez mais absoluto das escolas privadas, que ocupam os primeiros 36 lugares. Ler mais aqui aqui e, porque «não há duas sem três», ainda mais aqui. Chega?
- Não?! Então mais este, esse, aquele e basta!
- Oh não, só mais uma.
- Ok! Aqui, ali, acolá, além e "c'est fini"!
Pelos vistos «cada cabeça sua sentença».

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

DIDÁCTICA: A descoberta. Lego para ensinar matemática

Como se não bastasse o Lego ser um brinquedo espectacular, uma professora encontrou uma outra utilidade para estas peças coloridas, com fins educacionais e de desenvolvimento. Ler mais em:

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

LIVRO&LEITURA: Livro «perigoso», como «fogo», que não é para ficar a «encher-se de pó»

«Amo a minha velha Bíblia, que me acompanhou metade da minha vida. Viu a minha alegria, foi banhada pelas minhas lágrimas: é o meu tesouro inestimável. Vivo dela e por nada do mundo me desfarei dela.». Ler mais em: http://www.snpcultura.org/papa_prefacia_biblia_para_jovens.html

sábado, 5 de dezembro de 2015

inPRENSA:...alargar o ensino profissional ao básico...

PS arrasa aposta educativa do anterior governo
Vai acabar o ensino vocacional do 5.º ao 9.º ano. O básico volta a ser "integrado, global e comum a todas as crianças". Ler mais em:
Uma alternativa
Empurrar os miúdos para longe de uma oportunidade de vida melhor. Foi assim que foi sempre vista a ideia do anterior ministro da Educação de - chamou-se-lhe vocacional porque o objetivo era que seguissem a sua vocação logo a partir dos 13 anos. Não haverá muitas pessoas que, com essa idade, sejam capazes de dizer o que querem fazer para o resto da vida, mas pais, professores e até os próprios miúdos cedo descobrem as suas áreas de interesse. Será assim tão perverso pretender que crianças que chumbem três vezes antes de chegar ao 10.º ano sejam encaminhadas para um tipo de ensino diferente? Ler mais em:
http://www.dn.pt/opiniao/editoriais/interior/uma-alternativa-4916636.html

Comentário: esta é já a 2ª asneira do Ministério da Educação deste XXI governo! - minha opinião.

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

ENSINO: Oh Mãe, a escola é longe?

Imaginem-se, Pais&alunos do chamado mundo desenvolvido em geral - Portugal incluído - em determinadas zonas da China, do Sri Lanka, da Colômbia, das Filipinas, da Índia, da Indonésia, dos Himalaias, da Birmânia, em particular. Que tal? - «Para bom endendedor meia palavra basta»!


 

domingo, 22 de novembro de 2015

REFLEXÃO&ATENÇÃO: A motivação é o diabo

Os primeiros (grandes) obstáculos para a motivação dos filhos são os pais! Acresce que a escola, ela mesma, representa o segundo grande obstáculo à motivação dos alunos em relação a si própria. E seremos nós todos - família, escola e sociedade - o terceiro obstáculo à motivação de todos eles. E, depois, há os alunos. Mas será que alguma criança nasce desmotivada para crescer ou para aprender? Não! A falta de motivação acaba por representar aquilo que ela é, realmente: uma forma de desistir sem desistência. Ou, se preferirem: um modo de ir desistindo sem se assumir, de forma aberta, a desistência. Ler mais em:
http://www.leyaeducacao.com/z_escola/i_217/ct_209/

sábado, 21 de novembro de 2015

MÚSICA: "Celebration" by...

...Playing For Change. Mas de quem se trata?
Playing For Change is a movement dedicated to connect the world through music. In 2007 we created the Playing For Change Foundation is dedicated to creating positive change through music education by developing music schools and programs around the world. We have created 9 music programs located in South Africa, Ghana, Mali, Nepal and Rwanda and Thailand where over 700 kids are attending free classes in dance, instruments, languages and musical theory. More here:
https://playingforchange.com/
and
https://www.youtube.com/watch?v=PJERPK7sEzc&feature=em-subs_digest



Sinopse
In “celebration" of Universal Children's Day, we are proud to release this Song Around The World featuring children from all across the globe. Children are our hope for the future and it is up to us to pave the way so that their future is bright. Come one, come all and join together to make this world a better place for us and the generations to follow.
This video was produced in partnership with Okaïdi children’s clothing stores. We thank them for continued support of the Playing For Change Movement!



 

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

EDUCAÇÃO&FORMAÇÃO: Se não se pergunta como é que se sabe?

A escola, sempre ela, tem as costas largas, logo o "bo(m)bo da festa". Como se a família, a sociedade em geral e os media em particular, nada tivessem a ver com o assunto. Ora vindo de quem vem, não é grave, é gravíssimo com um cheirinho a orgulho e preconceito. Então leiamos aqui:
http://www.leyaeducacao.com/z_escola/i_217/ct_209/

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

(in)PRENSA: Exames nacionais: o seu concelho tem bom ou medíocre? Ora veja .

Fosso entre bons e maus resultados escolares agravou-se. Nos concelhos onde já havia mais dificuldades as notas nos exames do 9º e do secundário tenderam a piorar nos últimos seis anos, revela estudo. O território pesa, mas não é fatal.

terça-feira, 20 de outubro de 2015

EDUCAÇÃO&FORMAÇÃO: antibullying "DAISY CHAIN"

O realizador e escritor australiano Galvin Scott Davis queria confortar o seu filho que sofria de bullying na escola. Não existindo grandes opções no mercado que tratassem desta temática, decidiu criar o seu próprio conto, adiantou o mesmo ao The Guardian.


segunda-feira, 19 de outubro de 2015

EDUCAÇÃO&FORMAÇÃO: Associação HUMANA Portugal

A Associação HUMANA Portugal, é uma associação humanitária não-governamental, sem fins lucrativos.
A nossa ação baseia-se na recolha de roupa usada doada que, posteriormente será recondicionada para financiar vários projetos de ajuda humanitária.
Possuímos cerca de 1700 contentores de roupa dispersos pelo país, quer a nível privado quer a nível estatal, tendo estabelecido parcerias com a maioria das Câmaras e Juntas de Freguesias do país, assim como, com várias grandes empresas nacionais, a saber : Sonae, Fertagus, entre outras.
A título de exemplo, podemos referir que no decurso do ano passado, financiámos em cerca de 500,000€, várias iniciativas em Moçambique e Guiné-Bissau, tanto a nível de Saúde como de Educação.
Conscientes do nosso compromisso, igualmente em Portugal, cooperámos em inúmeros programas de apoio social, participando em campanhas com Municípios e outras Instituições Locais, como por exemplo o I.A.C (Instituto de Apoio à Criança).
Face ao exposto, e porque achamos que os jovens são o futuro do nosso planeta, gostariamos de contar com a vossa colaboração na implementação desta nossa ação.
O objetivo primário desta ação baseia-se na recolha de roupa usada, estimulando para isso, a Educação Ambiental e o Espírito Solidário.
Educação Ambiental porque a roupa usada não pode ir para o lixo indiferenciado e o Espírito Solidário porque ensina ás crianças que tudo pode ser re-utilizável, até a roupa usada, e ao procederem da seguinte forma estão a ajudar milhares de crianças pelo mundo fora. Assim, as crianças ganham mais responsabilidade e compromisso com o meio ambiente e com o mundo.
 

domingo, 14 de junho de 2015

ENSINO: Aprender a pensar

Tempos houve em que era preciso saber na ponta da língua os rios, as montanhas e os caminhos-de-ferro de Portugal. Decorava-se e ficavam para a vida, essas listas que muitas vezes de pouco serviam. Mas era essa a matéria importante, aquilo que todos os alunos da quarta classe - uma minoria que ia à escola e sabia ler e fazer contas - tinham de saber. Nos últimos 50 anos, a taxa de analfabetismo passou de um terço da população portuguesa para um valor residual. O ensino evoluiu, tornou-se obrigatório estudar e introduziram-se matérias úteis à vida e à capacidade de desenvolver raciocínios. Mas a forma de avaliar esses conhecimentos pouco mudou: o que continua a contar é a capacidade de decorar e de dar as respostas que os examinadores esperam obter às perguntas que propõem. Agora, porém, deu-se um passo no caminho certo. Não é tudo, mas é um começo. Nuno Crato decidiu fazer uma alteração aos critérios de avaliação dos exames nacionais que arrancam amanhã: quem der uma resposta que não esteja contemplada nos planos de resolução dos testes mas que seja válida e tenha uma boa base de argumentação terá a merecida cotação. E essa opção será acrescentada às bases de correção nacionais. Parece óbvio, mas a verdade é que, até agora, se não estava na chave proposta, e por muito espírito crítico e inteligência que demonstrasse, a resposta simplesmente contava zero. A correção era estanque, em vez de apenas servir de guideline. Privilegiar a capacidade de pensar, de argumentar, de encontrar novos caminhos para chegar a soluções corretas é o que se propõe. E é precisamente esse o caminho que devíamos todos incentivar as crianças a percorrer. A Finlândia, reconhecida por ter um dos melhores sistemas de educação do mundo e ocupar posições de topo na matemática, nas línguas e na ciência nos rankings da OCDE, tem em curso a maior reforma educativa de sempre. O seu objetivo é acabar com o ensino partido por disciplinas rígidas e implementar uma educação por tópicos. A União Europeia, por exemplo, será ensinada como um todo, em todas as suas vertentes: económica, cultural, geográfica, histórica, linguística. E os métodos de ensino, em vez de moldarem e espartilharem a forma de pensar das crianças, privilegiam a utilidade e o valor do conhecimento, do raciocínio, do espírito crítico. Os finlandeses querem ensinar os seus miúdos a pensar, a entender como funciona o mundo e a saber onde e como procurar aquilo que lhes pode ser útil no futuro. Ainda estamos muito longe deste paradigma. Mas valorizar o raciocínio das crianças é um passo de grande valor no caminho para lá chegar. Só é preciso que professores e examinadores saibam acompanhá-las, reconhecer e incentivar essas novas premissas. (professores e examinadores não! Ministério da Educação e Cultura em particular e sociedade em geral sim!!! - penso e digo eu e faço-o com toda a experiência, conhecimento, logo convictamente.)

sexta-feira, 12 de junho de 2015

ENSINO/EDUCAÇÃO/FORMAÇÃO: Os alunos indisciplinados não gostam de teorias


11/06/2015 - 05:49
É obrigação de todos nós contribuir para o combate à indisciplina com medidas concretas, pois isso será prenúncio de maior sucesso para os nossos jovens.
A reboque dos últimos episódios de violência juvenil a que assistimos até à exaustão, sobretudo pelas imagens incessantemente repetidas dos atos cobardes e bárbaros que adolescentes infligiram a outros colegas adolescentes (ocasionando, num dos casos, a perda de uma vida), pretendo refletir sobre indisciplina em meio escolar, não relacionando com os casos acima indicados, que, lamentavelmente, querem colar à instituição escola.
Infelizmente, para alguns, a escola serve para tudo, até para imputar culpas que não são dela. Principalmente quando se trata de algo pretensamente negativo, referente à escola pública… está o circo montado!
Não tenho dúvidas de que o fenómeno da indisciplina em meio escolar é antigo; acontece não só na sala de aula mas nos restantes espaços e até no exterior (por exemplo, em visitas de estudo…). Esta ocorre no ensino não superior e superior, na escola pública e na escola privada, etc.. Acredito também que se em algumas instituições de ensino este fenómeno é menos expressivo, noutras é um problema bem presente e que urge combater.
Não querendo culpabilizar seja quem for, mas também não pretendendo desculpabilizar, julgo que todos devemos, nos respetivos patamares de responsabilidade, encontrar soluções que, em muitos casos, são mais coletivas e menos individuais.
Em primeiro lugar, as famílias devem envolver-se mais na Educação dos seus filhos, assistindo-se a um fraco comprometimento de quem é, em primeira instância, responsável pelo futuro das crianças. Os pais e encarregados de educação nem sempre assumem disponibilidade para o acompanhamento e, em algumas situações, são coniventes com atitudes dos mesmos, pondo em causa relatos que lhes chegam dos professores, quantas vezes promovendo até uma acareação entre as partes! “Estes filhos são bem melhores que os pais!”, “Os alunos não têm valores em casa…” e “Os pais não reconhecem que os filhos praticam atos de indisciplina” são frases escutadas um pouco por todo o lado e, embora não possamos generalizar (há muitos pais e encarregados de educação que não compactuam com atos de indisciplina dos seus filhos e fazem parte da solução e nunca do problema), teremos de estar vigilantes e criar soluções para resolver a questão. O próprio movimento associativo de pais queixa-se da não comparência destes às reuniões ou assembleias. Reconheço que a crise que atravessamos ou estamos a atravessar agudiza a situação, mas não pode ser o bode expiatório.
Alguns alunos não sabem estar numa escola. A falta de perspetivas de futuro contribui bastante para aquele espaço ser para “matar o tempo”, esquecendo-se de que prejudicam os outros quando, em contexto de sala de aula, estão permanentemente a desestabilizar. Dir-se-ia que gostam da escola, mas nem tanto da sala de aula. As relações interpessoais dos alunos são complexas e, em muitas situações, resolvem-se à pancada! A transição do 1.º para o 2.º ciclo (4.º para 5.º ano de escolaridade) é dramática, e é no 5.º ano de escolaridade (a exemplo de anos de início de ciclo) que se registam mais ocorrências disciplinares).
Também julgo que a sociedade pode ser potenciadora da indisciplina em meio escolar e até da violência que existe no dia-a-dia. Quando se escutam pessoas, de muita responsabilidade, que acham quase normal a atuação de adeptos de um clube a retirarem de um armazém da equipa da casa pertences que não são deles, é querer legitimar o indefensável, caindo em descrédito. Existindo muitos outros, este é um mero exemplo, recente, de imagens que todos visionaram; mas foram ainda mais chocantes as declarações provenientes de uma defesa improvável. A sociedade não pode defender atos de vandalismo ou crimes e as pessoas responsáveis devem referi-lo, sob pena de os nossos jovens estarem legitimados para o fazerem também. Que exemplo cívico dão os governantes e deputados eleitos, em algumas discussões muito acaloradas na Casa da Democracia?
As retenções escolares aliadas a uma deficiente preparação dos alunos são dois fatores potenciadores de indisciplina. Estou convicto de que a efetiva promoção do sucesso pode ser a chave principal no combate ao problema. Não entendo por que razão o 1.º Ciclo não tem ainda um ensino mais personalizado, com turmas pequenas (22 alunos no máximo). A coadjuvação e os apoios educativos em contexto de sala de aula neste nível de ensino pode ser outra solução.
Não fará sentido investir, por exemplo, parte dos 600.000.000 de euros que anualmente o Estado desperdiça com as 150.000 reprovações, em apoio efetivo ao 1.º Ciclo? Sabemos que é um ciclo essencial, pois é ali que se adquirem as bases do conhecimento, mas temos medo de dar um passo decisivo e muito importante para parte da solução. Porquê? Na verdade, alunos que vão aprovando com dificuldades nas aprendizagens são alunos que mais tarde ou mais cedo contribuirão para aumentar o insucesso que, como sabemos, é auto-estrada para a indisciplina.
Outros focos de indisciplina são os provenientes da constituição dos mega agrupamentos, da desvalorização da profissão docente, da extensão do currículo e elevado número de disciplinas, da carga letiva imensa, do uso de métodos de ensino e modelos de aprendizagem ultrapassados, da resistência ao uso das novas tecnologias nas salas de aula (é essencial a tutela apostar na formação contínua dos seus profissionais), das matérias desinteressantes, da falta de recursos (por exemplo. equipas multidisciplinares, assistentes operacionais de carreira), da fraca envolvência dos alunos na discussão e criação de documentos estruturantes da escola (Projeto Educativo, Regulamento Interno…), etc..
Mais do que teorias que vão entretendo quem, muitas vezes, só sabe dizer mal, é obrigação de todos nós contribuir para o combate à indisciplina com medidas concretas, pois isso será prenúncio de maior sucesso para os nossos jovens.
Professor/director

 

quinta-feira, 11 de junho de 2015

ENSINO: Exames

O direito à infância
http://www.jn.pt/opiniao/default.aspx?content_id=4614304
A Má Educação
http://pagina1.sapo.pt/detalhe.aspx?fid=370&did=190044&number=12771
Novos dados reforçam dúvidas sobre eficácia dos exames nacionais
http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?did=190040
Para as senhoras d'O direito à infância" e d'A Má Educação" e, já agora, para o senhor "ex-MEC", recomendável, aconselhável e obrigatória é, também, a leitura desta opinião e ... se não fôr suficiente leiam mais esta. Em alternativa ou cumulativamente, aplique-se-lhes a estadia d'um mês, ou mesmo d'uma semana numa escola daquelas... que são todas. Numa escola não, numa sala d'aula.
- Essa agora, porquê?
- Simplesmente e não é pouco, porque, pense-se ("para bom entendedor, meia palavra basta"), se queremos conhecer o país real é na escola que devemos estar, qual retrato da sociedade, tal&qual!
- Como assim?
- Pelo empenhamento&comportamento dos seus discentes, (ante)vemos o passado, o presente e o futuro (não são os jovens os homens de amanhã?).
 

terça-feira, 2 de junho de 2015

domingo, 17 de maio de 2015

(in)PRENSA: Bicampeão mundial de cálculo mental é português e... ainda...

Bicampeão mundial de cálculo mental é português
http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=25&did=187122
Criamos monstros
http://www.dn.pt/inicio/opiniao/editorial.aspx?content_id=4568892
"Os professores têm sido sobrecarregados para além do razoável"
http://economico.sapo.pt/noticias/os-professores-tem-sido-sobrecarregados-para-alem-do-razoavel_218584.html
O "bullying"
http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=75&did=187504
“Os miúdos aprendem que a pessoa mais agressiva é quem tem mais poder”
http://www.publico.pt/sociedade/noticia/os-miudos-aprendem-que-a-pessoa-mais-agressiva-e-quem-tem-mais-poder-1696634?page=-1
Um jogo para criar empatia, outro para ensinar os pais
http://www.publico.pt/sociedade/noticia/um-jogo-para-criar-empatia-outro-para-ensinar-os-pais-1696661
Professores advertem: há mais indisciplina nas salas de aula
http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=25&did=187895


ENSINO: insucessos, exames e trabalho


Os insucessos não se preparam de véspera
http://www.leyaeducacao.com/z_escola/i_218
Os exames fazem bem às crianças
http://www.leyaeducacao.com/z_escola/i_217/ct_209/
Primeiro a paixão; depois o trabalho!
http://www.leyaeducacao.com/z_escola/i_229
Contra a lamúria dos exames
http://rr.sapo.pt/opiniao_detalhe.aspx?fid=34&did=187716

quinta-feira, 14 de maio de 2015

EDUCAÇÃO&FORMAÇÃO: "Sem medo da matemática "

Uma curiosa viagem até às profundezas da matemática e da sua relação com a astronomia, a química ou a física. Estará a matemática prestes a descobrir uma nova teoria universal?
Alan Davies é uma dessas pessoas que pensam que a matemática é aborrecida e que se trata de um campo povoado por pessoas com escassas competências sociais. Para Marcus du Sautoy, professor desta especialidade na Universidade de Oxford, pelo contrário, o mais emocionante sempre foi a matemática e agora tem como objectivo partilhar o seu amor por esta matéria com o público. Conseguirá fazer com que em apenas duas semanas em um autêntico matemático?


terça-feira, 12 de maio de 2015

MÚSICA: Don't Worry Be Happy | Playing For Change

Today we are proud to release a new Song Around The World that features children performing alongside PFC musicians on the Bobby McFerrin classic, "Don't Worry Be Happy". Perfect message and a great song.
This video is part of our partnership with Okaidi, a children's clothing line based in France. We are very excited to announce that the Playing For Change Foundation is working with Okaidi to launch a music program across 10 primary schools in the Mirpur District of Dhaka, Bangladesh. The Okaidi Foundation recently created these schools and is now partnering with the PFC Foundation to introduce music as part of their curriculum. Through this new initiative, over 500 underprivileged children between the ages of 6 and 12 will receive free music education as part of their weekly activities at school. Music is the Key!
Get ready to smile from ear to ear and move your dancing feet. Share this with your family, friends, and community, and together we can continue to make this world a better place!

One Love,
Mark


segunda-feira, 11 de maio de 2015

EDUCAÇÃO/FORMAÇÃO: Ausência do pai na vida de crianças e jovens é causa de «feridas» que podem ser «muito graves»

Os filhos são órfãos porque, segundo Francisco, «os pais estão muitas vezes ausentes de casa, mesmo fisicamente, mas sobretudo porque quando lá estão não se comportam como pais, não cumprem a sua tarefa educativa, não dão aos filhos, com o seu exemplo acompanhado por palavras, aqueles princípios, aqueles valores, aquelas regras de vida de que precisam como pão». «Às vezes parece que os pais não sabem bem que lugar ocupar na família e como educar os filhos. E então, na dúvida, abstêm-se, retiram-se e negligenciam as suas responsabilidades.»
Ler mais em:
http://www.snpcultura.org/ausencia_do_pai_causa_de_feridas_muito_graves.html

terça-feira, 28 de abril de 2015

EDUCAÇÃO/FORMAÇÃO: "O mais importante é disciplinar"...

Uma opinião merecedora de toda a atenção, crédito e confiança. A do psiquiatra Daniel Sampaio. Na revista Educare online pertencente à conhecida e conceituada Porto Editora. Está tudo aqui - a fazer e a dizer. Simples, directo e sobretudo muito certeiro, "quem sabe, sabe" - "sem tirar, nem pôr"!

domingo, 22 de março de 2015

EDUCAÇÃO&FORMAÇÃO: Regras para iPhone são lições de vida

Satisfazendo um desejo do filho ao oferecer-lhe um iPhone no Natal, Janell decidiu ensiná-lo a mover-se no ciberespaço. Por isso redigiu um contrato, que o adolescente de 13 anos assinou, com alguns mandamentos importantes. Nasceu daí o livro iRegras, um manifesto sobre parentalidade na era digital.
Ler mais em:
http://www.noticiasmagazine.pt/2015/regras-para-iphone-sao-licoes-de-vida/

e

http://www.noticiasmagazine.pt/2015/o-contrato/

domingo, 1 de março de 2015

EDUACAÇÃO/ENSINO/FORMAÇAO: Ensino revolucionário no Japão...

A escola em mutação
Na Europa, nos últimos trinta anos as crianças em idade escolar mudaram muito. A escola tradicional, não consegue, por vezes acompanhar nem compensar as diferenças de desenvolvimento. Os currículos escolares foram elaborados em relação à idade e não baseados no desenvolvimento da criança. Se compararmos as crianças de há 30 anos em relação às de hoje, em muitas das competências, nota-se uma diferença de desenvolvimento de talvez mais dois anos. Isto resulta de uma infância diferente; as crianças têm uma vida mais individualizada, crescem com os Media, passam menos tempo com os colegas e provêm de famílias com formas de vida diferentes. Em tempo de globalização são necessárias novas pedagogias e novas filosofias de ensino.
Recomendo a visão da apresentação em anexo sobre um projeto revolucionário no Japão.


terça-feira, 27 de janeiro de 2015

(in)PRENSA: a minha selecção!

Ser inteligente não é assim tão importante
Afinal, a inteligência pode não ser o fator mais importante quando está em causa o sucesso de um aluno na escola. A personalidade, nomeadamente a vontade e curiosidade de aprender coisas novas, pode ter muito mais influência resultados que surgem nas pautas de avaliação, refere o Huffington Post.
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segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

ENSINO/FORMAÇÃO: Khan Academy

Educar e ensinar não é fácil, mas é possível potenciar o potencial de cada criança. E como é que isso se faz? É a resposta a esta pergunta que motivou Salman Khan a fazer um vídeo para as primas mais novas tirarem melhores notas na escola. A ferramenta interativa prendeu a curiosidade das meninas, que podiam rever o vídeo à medida da sua compreensão. Não tinham a pressão de ter de apreender tudo naquele segundo — como um professor que debita matéria sem travão.
O caso aconteceu em 2004 e os resultados inspiraram o analista financeiro a fundar a Khan Academy em 2006. Agora tem mais de 2000 vídeos no Youtube e é apontado como um dos “melhores professores” da atualidade. A academia online de educação é de acesso grátis. Tem 15 milhões de utilizadores registados, dos quais 500 mil são professores. E não falta trabalho: diariamente, o site dispõe de muitos problemas matemáticos para resolver, vídeos sobre ciência, economia, finanças, artes e humanidades. Desde “o que são as células” até “o que é a inflação”, está tudo explicado na academia de Khan.
A Fundação Portugal Telecom estabeleceu um protocolo com a Khan Academy e dispõe de mais de 870 vídeos traduzidos para português, do 1º ao 12º ano. O protagonismo que a academia adquiriu fez com que Salman se tornasse um verdadeiro conselheiro no que respeita à educação. Salman Khan diz que é preciso virar as salas de aula ao contrário e sugere que, em vez de os alunos passarem muito tempo a fazer trabalhos de casa, em casa, devem fazê-lo na escola — é lá que os problemas devem ser trabalhados e isso permite que ganhem o seu próprio ritmo junto dos outros.

domingo, 4 de janeiro de 2015

SAÚDE: Alimentação saudável

A partir daqui:


é só querer ir até:
http://www.ficanalinha.pt/

«Pior cego é aquele que não quer ver» e/ou - acresento eu - pior surdo é o que não quer ouvir!