Passo a explicar. Para tal, servir-me-ei das palavras de Fernando Savater, filósofo e grande pedagogo espanhol, no seu livro "O Valor de Educar" [pp.52-54]. São elas que melhor dirão dos objectivos & intenções deste blogue. Ei-las:
«Em linhas gerais, a educação, orientada para a formação da alma e para a transmissão do respeito pelos valores morais e patrióticos foi sempre considerada de um nível superior ao da instrução, destinada a dar a conhecer competências técnicas ou teorias científicas. (...)
Em contraposição, educação versus instrução, parece hoje notavelmente obsoleta e bastante enganadora. (...). Sucede ainda que separar a educação da instrução se mostra não só indesejável, mas igualmente impossível, uma vez que não se pode instruir sem educar e vice-versa. Como poderemos transmitir valores morais ou de cidadania sem recorrermos a informações históricas, sem termos em conta as leis em vigor e o sistema de governo estabelecido, sem falarmos de outras culturas e países, sem reflectirmos, por elementarmente que seja, sobre a psicologia e a fisiologia humanas ou em empregarmos algumas noções de informação filosófica? E como poderemos instruir alguém em matéria de conhecimentos científicos, se não lhe inculcarmos o respeito por valores tão humanos como a verdade, a exactidão ou a curiosidade?». Ah e também de Pitágoras «eduquemos as crianças e não será necessário castigar os homens»

Coragem... pequeno soldado do imenso exército. Os teus livros são as tuas armas, a tua classe é a tua esquadra, o campo de batalha é a terra inteira, e a vitória é a civilização humana" (Amicis, Edmondo in Cuore)

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Vencer sim mas não sozinho

Baseado num fato real
Seattle (EUA) – 1992
Acredite nas pessoas!
Vencer sim, mas não sozinho.


Há alguns anos, nas olimpíadas especiais de Seattle, nove participantes, todos com deficiência mental, alinharam-se para a largada da corrida de 100 metros rasos. Ao sinal, todos partiram, não exactamente em disparada, mas com vontade de dar o melhor de si, terminar a corrida e ganhar.
Um dos garotos tropeçou no asfalto, caiu e começou a chorar. Os outros ouviram o choro, diminuíram o passo e olharam para trás..
Então viraram-se e voltaram. Todos eles.
Uma das meninas com Síndrome de Down ajoelhou-se, deu um beijo no garoto e disse:
- Pronto, agora vai sarar!
E todos os nove competidores deram os braços e andaram juntos até a linha de chegada.
O estádio inteiro levantou e os aplausos duraram muitos minutos…
Talvez os atletas fossem deficientes mentais ….
Mas com certeza, não eram deficientes espirituais …
‘Isso porque, lá no fundo, todos nós sabemos que o que importa nesta vida, mais do que ganhar sozinho é ajudar os outros a vencer, mesmo que isso signifique diminuir os nossos passos …’
“Procure ser uma pessoa de valor, em vez de procurar ser uma pessoa de sucesso.
O sucesso é consequência’
Albert Einstein


sexta-feira, 9 de novembro de 2012

"ISTO É MATEMÁTICA"...

Quem perdeu os episódios já apresentados, ainda vai a tempo, por exemplo, aqui no blog.
Quem já viu, quererá, com certeza, revê-los, pois gostou, logo vale a pena.
Entretanto e antes de mais:
- http://www.spm.pt/arquivo/848
- http://www.youtube.com/watch?v=lyAFUDy74Hw&feature=related
Finalmente os episódios:

episódio - "Reinventar a roda"



episódio - "Como é que o google googla"



episódio - "O bilhar, o dentista e o Teatro São Carlos"



Agora que estão informados, há que estar atento aos restantes!!!

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Novo Acordo Ortográfico: guia prático...

...suficientemente esclarecedor e simples:

http://aeiou.visao.pt/guia-pratico-para-perceber-o-acordo-ortografico=f543282

Carta de Abraham Lincoln...

...para o professor do seu filho

"Caro professor, ele terá de aprender que nem todos os homens são justos, nem todos são verdadeiros, mas por favor diga-lhe que, por cada vilão há um herói, que por cada egoísta, há também um líder dedicado, ensine-lhe por favor que por cada inimigo haverá também um amigo, ensine-lhe que mais vale uma moeda ganha que uma moeda encontrada, ensine-o a perder mas também a saber gozar da vitória, afaste-o da inveja e dê-lhe a conhecer a alegria profunda do sorriso silencioso, faça-o maravilhar-se com os livros, mas deixe-o também perder-se com os pássaros do céu, as flores do campo, os montes e os vales. Nas brincadeiras com os amigos, explique-lhe que a derrota honrosa vale mais que a vitória vergonhosa, ensine-o a acreditar em si, mesmo se sozinho contra todos. Ensine-o a ser gentil com os gentis e duro com os duros, ensine-o a nunca entrar no comboio simplesmente porque os outros também entraram.
Ensine-o a ouvir a todos, mas, na hora da verdade, a decidir sozinho, ensine-o a rir quando esta triste e explique-lhe que por vezes os homens também choram. Ensine-o a ignorar as multidões que reclamam sangue e a lutar só contra todos, se ele achar que tem razão.
Trate-o bem, mas não o mime, pois só o teste do fogo faz o verdadeiro aço, deixe-o ter a coragem de ser impaciente e a paciência de ser corajoso.
Transmita-lhe uma fé sublime no Criador e fé também em si, pois só assim poderá ter fé nos homens.
Eu sei que estou a pedir muito, mas veja o que pode fazer, caro professor."

Abraham Lincoln, 1830

«Não há duas sem três»

Mais um bom, melhor, optimo texto sobre "EDUCAÇÃO". Desta feita  no jornal "Público" de, salvo o erro, 9 de Abril de 2012. "Reza" assim:

Aos consultórios médicos chegam cada vez mais "pequenos ditadores" que os adultos já não conseguem controlar. São filhos de pais que têm medo de ser tiranos. Mas as crianças sem limites não são livres, defendem especialistas
"Não vou". "Não quero". "Só faço se quiser". O problema não é uma criança dizer isto. O problema é quando ela faz precisamente o que diz e os adultos já não têm o poder de a contrariar. Não é uma questão portuguesa mas da generalidade das sociedades ditas desenvolvidas. Os consultórios dos pedopsiquiatras e dos psicólogos estão a encher-se de meninos-rei, pequenos ditadores, crianças sem limites, algumas a caminho da delinquência apresentadas por pais aflitos e referenciadas por professores fartos.

Mais do que um problema, a omnipotência destas crianças é um sinal. Tem a ver com a falta de limites que resulta de uma organização social desregrada, sem tempo para o investimento emocional na criança.

A perspectiva da necessidade de construir "uma cultura da diferença de tempos" defendida pelo filósofo e psicanalista francês Raymond Bénévenque, para quem "é no mundo dos adultos que se deve lutar por um outro futuro das crianças", encontra-se nos discursos do médico pedopsiquiatra Pedro Strecht e das psicanalistas Carmo Sousa Lima e Maria Teresa Sá. Por trás do problema das crianças sem limites, identificam a falta de tempo, a velocidade que muitas vezes não deixa pensar. E a incapacidade de pensar dá lugar à depressão que tem como uma das manifestações a chamada omnipotência infantil.

Em educação tem de haver tempo. "Para haver qualidade, tem que haver quantidade e disponibilidade", considera Pedro Strecht. "Os pais passam muitas horas a trabalhar, muitas crianças chegam a estar 10, 11 horas em jardins de infância e na escola. O reencontro no final do dia acontece numa situação de grande vulnerabilidade emocional com crianças cansadas, com birras, com pouco tempo para cumprir as rotinas e com pais extremamente cansados do trabalho, portanto num ponto de desencontro, de choque e de conflito. Pela falta de tempo e pela culpabilidade dos pais em relação a isso, a permissividade aumentou e aumentou aquilo que vários autores chamam os objectos compensatórios, no que respeita tanto a objectos como à própria relação". A delimitação de regras fica para trás e o que se observa muito hoje - diz Pedro Strecht - é que "temos cada vez mais miúdos que num registo familiar não têm estas balizas e que depois transportam para outros registos, a escola, a sociedade" toda a sua inquietação.

A dificuldade de impor e de aceitar limites paga-se "caro vida fora", adverte Maria Teresa Sá. "Os pais têm medo do poder. Como que sofrem de um excesso de democracia [entre aspas]. Há uma perversão, como na democracia. Muitos pais têm dificuldades com os limites porque têm medo de ser tirânicos. Têm medo de ser como os pais, como os avós ou como o modelo que eles intuíram da sociedade antes deles", diz Carmo Sousa Lima.

E os exemplos sucedem-se: na escola, António, dez anos. A professora anuncia: "Hoje é teste". Ele cruza os braços: "Não faço". E não faz.

Em casa: Rita, nove anos, filha única. A mãe diz-lhe para desligar o computador e ir para a mesa jantar. Ela continua imóvel à frente do ecrã. A mãe repete a ordem. A miúda não se mexe. Já irritada, a mãe aproxima-se e desliga o computador. Rita protesta, grita e volta a ligar o computador. Empurra a mãe, não vai jantar.

No consultório médico, Pedro, oito anos, para o pedopsiquiatra: "Olha, já parti portas, um dia se tu quiseres, também posso partir esta do teu consultório... Se quiseres ver..."

O número de casos "é muito significativo e, sobretudo em relação a anos atrás, é muito mais intenso", diz Pedro Strecht.

A importância da autoridade

O que faltou ou o que tiveram a mais estas crianças para se tornarem assim? Strecht recua até aos primeiros tempos da vida da criança e da relação precoce com os pais. Refere o médico psicanalista inglês Donald Winicott e a sua ideia de "holding" para explicar a necessidade do envolvimento da criança "num círculo de amor e de força" juntando o afecto e o investimento emocional à fixação de limites. "Na própria relação com o bebé, é isso que se faz", explica o pedopsiquiatra. "Quando um bebé está inquieto, a pessoa pega-o ao colo, envolve-o fisicamente. A modelação emocional é feita também à custa de um "holding físico". O que acontece depois é que os miúdos vão integrando progressivamente e de forma cada vez mais autónoma o holding emocional sem ser preciso tanto o holding físico, de uma forma cada vez mais auto-regulada". Quando isso não sucede pode querer dizer "que não houve esse holding físico de delimitação, de força, no "sentido de contenção emocional e verbal."

A explicação para as manifestações de tirania por parte destas crianças passa então pela pergunta acerca do que tiveram elas a mais. Como nota a psicanalista Carmo Sousa Lima, "o excesso de sim perturbou a capacidade das crianças tolerarem o não", mas "é o não que faz valorizar o sim e não o contrário". Depois do período de "maravilha" e de "encantamento" que rodeia o bebé nos primeiros tempos, os pais devem educar os filhos para a realidade, defende. "Há aspectos da realidade de que os pais não podem proteger a criança sob pena de esta enlouquecer ou cair nessa omnipotência que agora é tão corrente aparecer nos consultórios". Há pais, mães que "são de uma ansiedade tal que a criança não pode sair de dentro delas e continua a viver numa espécie de uma bolha protectora, mas que a vai destruindo em termos de autonomia e de identidade", diz, sublinhando que "são os limites que protegem a criança".

Ao contrário do que muitos adultos ainda pensam, "uma criança sem limites não é uma criança livre", diz Teresa Sá, psicanalista e professora na Escola Superior de Educação de Santarém. Que se desfaça a confusão: "Uma criança sem limites é escrava das suas pulsões e não é feliz, vive angustiada". Entregue a si própria "não tem outro guia senão a satisfação imediata". Se quer uma coisa, agarra-a, se não está contente, bate. E se, a curto prazo, isto até pode ser agradável, "paga-se caro, vida fora". Teresa Sá explica como. "Constitui-se como um verdadeiro sofrimento psíquico, visto que o sujeito se encontra na impossibilidade de se frustrar minimamente, de dizer não a si próprio, e não somente de dizer não ao educador". O que correntemente se designa por omnipotência, "não é unicamente a vontade de dominar os outros e de não levar em conta senão o seu próprio desejo, mas, de igual modo, a impotência e a impossibilidade de se dominar a si mesmo, de se limitar", esclarece. "Parecendo dono do mundo, o sujeito está na verdade desmunido, pois não se sente dono do seu próprio mundo interno".

Daí, a importância da autoridade na educação. Carmo Sousa Lima fala antes do exercício de um "bom poder". A capacidade de lidar com os limites "é um poder muito bom, indispensável", diz. "Todos temos uma margem de poder que está em tudo. Podemos falar, comer, amar, mas há pessoas que não podem. Há patologias que não deixam. Por isso, a palavra o poder em si própria é uma palavra muito boa, com um sentido muito profundo". O bom poder "é o poder de dizer "não" na justa medida das coisas que são razoáveis dizer que não. E de dizer que sim naquilo que ajuda a criar uma melhor pessoa".

É a autoridade "exercida pelos educadores (pais, professores, instituição) que permite à criança e ao jovem integrar os interditos fundamentais ligados à socialização", salienta Maria Teresa Sá. "Um adulto que permite tudo não é, para a criança, um adulto que lhe dê segurança".As crianças reclamam, aliás, esses limites quando levam os adultos ao limite (a "passarem-se da cabeça e agirem"). É "como se a criança estivesse a levá-los a colocarem limites". E quando isso não se verifica, "pode acontecer que seja a própria criança ou jovem a colocar o limite, em escalada, geralmente com o corpo, caindo, magoando-se, pondo-se em perigo". Sem autoridade "a criança sentir-se-á insegura, deixada só nas perigosas marés da sua impulsividade e destrutividade, abandonada, negligenciada", nota Maria Teresa Sá.

Pedro Strecht alerta, contudo, para o facto paradoxal de, a par da permissividade, existir um regresso ao autoritarismo" e para a necessidade de isso não acontecer. Face às ideias de que, para enfrentar os problemas da educação é preciso uma "educação espartana" e que "antigamente é que era bom", Strecht diz que "não há nada mais falso". "Sabemos que no campo da saúde mental e da infância, isso é absolutamente mentira". E lembra: "Se hoje as escolas estão cheias de problemas, em 1974 a escolaridade obrigatória limitava-se à quarta classe. E se formos ver, há cem anos não havia meninas nas escolas e a maioria da população escolar andava descalça e isso é que era um problema".

Tem de haver autoridade, sim, mas uma autoridade "protectora", defende o pedopsiquiatra. Que proteja as crianças "dos seus próprios movimentos mais primitivos, mais agressivos", nota Carmo Sousa Lima. Uma autoridade com afecto como defende o psiquiatra Daniel Sampaio. Para promover o desenvolvimento e a autonomia. E "passar de uma navegação à costa para uma navegação à distância", sem a perder de vista, exemplifica Pedro Strecht, deixando claro que se não for feito na infância, este trabalho se tornará muito mais difícil na adolescência.





in Público 2012-04-09 Paula Torres de Carvalho

O (des)acordo ortográfico



ANSELMO BORGES

O Acordo Ortográfico: inútil e prejudicial

por ANSELMO BORGES hoje 14-04-2012



Escola vem do grego scholê, que significa ócio. Mas este ócio nada tem a ver com preguiça. Do que se trata é do tempo livre para o exercício da liberdade do pensar, do aprender e do tornar-se cidadão enquanto ser humano pleno e íntegro, numa sociedade livre. Sempre pensei - uma das heranças do meu pai - que a escola deve ser o lugar da saída da ignorância e da opressão, em ordem ao progresso e à realização plena do ser humano. Lugar de educação e formação.
A palavra educação vem do latim: educare (alimentar) e educere (fazer sair, dar à luz, elevar). Cá está: alimentar e fazer com que cada um/a venha à luz, realizando as suas potencialidades, segundo o preceito paradoxal de Píndaro: "Homem, torna-te no que és": o Homem já nasce Homem, mas tem de tornar-se plenamente humano.
Aí está a razão da educação como o trabalho mais humano e humanizador, de tal modo que o filósofo F. Savater pôde justamente considerar os professores "a corporação mais necessária, mais esforçada e generosa, mais civilizadora de quantos trabalham para satisfazer as exigências de um Estado democrático". Porque o que é próprio do Homem não é tanto aprender como "aprender de outros homens, ser ensinado por eles".
Claro que, assim, sou a favor de uma formação holística. O ser humano não pode crescer apenas no plano científico e técnico: precisa também da estética, da ética, da literatura, da filosofia, da música, da história, da geografia, da religião... Mas julgo que o Português e a Matemática são fundamentais.
E é aqui que se coloca a questão do Acordo Ortográfico. Para que serve? Unificar a ortografia? São tantas as excepções que não se vê unificação! E a Inglaterra preocupa-se com a unificação do inglês? E ainda não foi ratificado por Angola e Moçambique. O jornal oficioso Jornal de Angola escreveu mesmo, justificando a sua não aceitação: "não queremos destruir essa preciosidade (a língua portuguesa) que herdámos inteira e sem mácula" e: "se queremos que o português seja uma língua de trabalho na ONU, devemos, antes de mais, respeitar a sua matriz e não pô-la a reboque do difícil comércio das palavras. Há coisas na vida que não podem ser submetidas aos negócios".
A maior parte dos colunistas bem como a generalidade dos jornais ignoram-no. Não há consenso para a sua aplicação. Graça Moura suspendeu-a no Centro Cultural de Belém (CCB). Nos documentos oficiais da própria CPLP continua a não ser aplicado, passando-se o mesmo com a Academia das Ciências, a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, a Fundação de Serralves, a Casa da Música. Um juiz do Tribunal de Viana proibiu a sua utilização. O secretário de Estado da Cultura admitiu que poderá ainda haver ajustamentos. O filósofo José Gil classificou-o como "néscio e grosseiro". O eurodeputado Paulo Rangel escreveu: "O gesto no CCB é o início de um movimento, cada dia mais forte, de boicote cívico a uma mudança ortográfica arrogante e inútil."
Sem querer pormenorizar (o espectáculo é cada vez mais triste, pois já não tem espectadores, mas "espetadores" e os egípcios são cidadãos do "Egito"; quando um aluno escrever "a recessão do texto", para dizer "a recepção do texto", como explicar-lhe que não é recessão, se é de recessão que constantemente ouve falar?), considero-o isso mesmo: inútil. Que vantagens trouxe? Assim, em tempos de crise, para quê gastar tanto dinheiro na sua implementação? Afinal, quem lucrou, e muito, com ele?
Mas não é só inútil. Veja-se esta antologia de escrita, colhida em trabalhos académicos: "se vi-se-mos", "há-dem ver" (mas isto até ministros dizem), "se nos entretermos", "o homem dasse a conhecer", "deve-se dizer não há violência", "há-ja compreensão", "isso nada tem haver com o real", "à muito que é assim", "tratam-se de questões complexas", "é assim; senão vejamos"; "haviam imensos erros". Se é assim, sem o Acordo, o que vai ser com a confusão em curso do Acordo? Ele não é, portanto, apenas inútil: é prejudicial.
Por decisão pessoal, o autor do texto não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico

in http://www.dn.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=2419561&seccao=Anselmo Borges&tag=Opini%E3o - Em Foco&page=-1

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

sábado, 15 de setembro de 2012

O plástico

Eis o maldito plástico, o veneno do Séc XX, que em vez de reciclado acaba abandonado com estas consequências, por exemplo.
Este filme deveria fazer-nos corar de vergonha.
Separar o lixo - ao menos - é UM passo que todos temos de dar !!!
Transformamos a beleza em morte. Até quando?
O pequeno vídeo que vai ver (3:55) mostra uma ilha no Oceano Pacífico aberto, 2000 km de todas as costas. Ora nesta ilha, ninguém vive, não há mais que aves, e ainda... Veja-se o que está acontecendo:
http://www.midwayfilm.com/

Um pequeno filme que todos deveriam ver e tirar conclusões...

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

terça-feira, 31 de julho de 2012

Miséria e ostentação no ensino

Depois de sublinhar as dificuldades para entender estas singularidades, os peritos avançam timidamente e de forma dispersa três causas explicativas: a desigualdade social, a herança da ditadura (38 anos após!) e, por fim, tocam no essencial, o fraco valor que a sociedade portuguesa atribui à educação.
Ler mais em:
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=571247&pn=1
Uma nação de badochas (que exige medalhas olímpicas)

http://expresso.sapo.pt/uma-nacao-de-badochas-que-exige-medalhas-olimpicas=f743228

sábado, 28 de julho de 2012

O gosto pela leitura nos jovens

Como ajudar os jovens a largar os jogos e a televisão e a ganhar o prazer pela leitura
http://familia.sapo.pt/artigos/comunidade/videos/1219892.html

EXAMES 2012: "Encerrados para balanço"

Resultados dos Exames Nacionais do 6.º ano
Professores de matemática e português já esperavam notas fracas
Principais exames do secundário com médias negativas
Ministro da Educação defende gabinete que redigiu exames nacionais
 
 
 
 

terça-feira, 24 de julho de 2012

Serviço de Psicologia

por Rosa Duarte*
Desde os tempos imemoriais dos nossos antepassados que ouvimos e sabemos que aprender é até morrer. Está visto que é essa a missão de todos nós. Aprender a aprender a todo o custo, em especial no caso dos educadores, que precisam de conhecer o ser humano, a sua matéria-prima, por excelência. Mesmo os mais instruídos em Psicologia, ou especialmente estes... Até mesmo os educadores muito experientes. E em particular os mais vocacionados e dedicados, naturalmente.
Ontem, um grupo de professores ouviu falar duas jovens psicólogas sobre alguns sintomas de alerta em cenários clínicos recorrentes nas escolas, frequentemente associados a perturbações mentais detetáveis em fases de crescimento, com particular expressão na conturbada adolescência.
Ouviram-se e contaram-se episódios reais, bem presentes: crianças com síndroma de Asperger, com síndroma de borderline, com sinais de automutilação, alguns tipos de depressão, depressão reativa, depressão nervosa, esta muitas vezes derivada do bullying, da falta de afeto ou mesmo da má alimentação (em quantidade e qualidade)…
No final da sessão, prenhes de vivências e lembranças, partilharam-se em privado outros, talvez plasmados por infâncias contidas. Foi então que me deram a ler esta composição singela, tocante, assinada por um bom aluno do décimo ano. O tema era a educação:

Era uma vez um Menino que gostava muito de falar e sorrir para as pessoas. Os pais muitas vezes advertiam-no para não sorrir para estranhos e não falar para não incomodar as pessoas. Como era obediente e queria muito agradar aos pais, o Menino deixou de sorrir à vontade e só o fazia em privado. Aí, de vez em quando, despejava a alegria em gargalhadas incontidas.
- Muito riso pouco siso, rapazinho. - Não se livrava mesmo assim dos ralhetes. Aquela seriedade toda era-lhe penosa e ficava apreensivo quando via outras crianças, ou mesmo adultos, a sorrirem-lhe ou a sorrir para outros, na sala do consultório, no supermercado ou na escola. - Que parvos!, pensava. Fazia questão de ser um menino lindo, como lhe pedia a mãe, não obstante sentir-se como um cachorrinho afagado no cocuruto. Quando a mãe o elogiava em público, encolhia-se todo. Não gostava mesmo nada. Mas fazia-o pelo amor que lhe tinha. Tornou-se, assim, um menino calado e observador. Falar, falava pouco; nas aulas, quase nada. - Só, obviamente, quando o professor lhe pergunta alguma coisa. Ele lê muito, gosta muito de aprender e, por isso, costuma saber as respostas.
- Mas que joia de menino! Nem se dá por ele! - Comentavam as vizinhas mais chegadas.
Nem sempre o Menino se sentia reconhecido por aquele esforço maior do que ele. Pois mal davam por ele, tão bem se comportava. Quando algum amigo lhe pedia para brincar, o seu coração enternecia-se, mas recusava. Devia portar-se bem, tipo adulto. Olhar pela sua conduta de menino com educação.
- Vai brincar - diziam-lhe as empregadas, mas ele sabia que as brincadeiras faziam sempre muito barulho. Quando ia, depois vinham as empregadas repreendê-los.
Em casa, até alguns dos adultos eram repreendidos pela mãe.
- Mas esta gente não teve educação?! - Comentava a mãe, escandalizada com o frenesim gritado pelos seus próprios familiares nas visitas domingueiras. - O que dirá a vizinhança?
A mãe quando conversava com as vizinhas, com aquelas com que tinha alguma intimidade, gabava sempre a educação do seu Menino. Às vezes as conversas delas pareciam as histórias humorísticas do «Gato Fedorento»: O meu filho com cinco anos já tinha ganho o prémio Nobel. Ah, sim, então e o meu?...
Hoje, o Menino sentado na sala de professores à espera da sua aula, sorri para dentro, observa-se, e, calado, admira-se do seu silêncio. Já é tempo de soltar amarras… Mas o ruído elevado, vindo de todos os lados da sala cheia de colegas, desencoraja-o e fá-lo pensar nas infâncias daqueles que tiveram que esperar muitos anos para poderem simplesmente gritar enquanto esperam que a sua voz se oiça. Um dia cansar-se-ão e já não precisarão de levantar a voz. Nem de mandar calar com tanta veemência. Nem de comentar o ar sorridente e generoso do outro. Ou a aparente distração. Entretanto, o Menino professor continua a aprender a não se sentir incomodado com a curiosidade desajeitada dos outros. E os sorrisos, esses, não os reprime mais. E ainda bem.

Foi mais uma valiosa achega.
Com a inevitável ajuda das doutrinas da Psicologia moderna, penso que concluímos que a educação é a grande tarefa e a melhor ferramenta é, sem dúvida, o exemplo.



* Docente do Ensino Secundário
publicado por Correio da Educação

VALORES DE FUTURO: foi notícia

Entre 849 escolas a concurso, a nossa Escola EB2,3 Sophia de Mello Breyner foi uma das 15 escolas seleccionadas - parabéns - presentes na finalísima de segundo e terceiro ciclo da edição 2011/12 do prograna “Valores de Futuro – O dinheiro nas nossas vidas”, que decorreu em Lisboa nos dias 5 e 6 de Junho.
A escola foi muito bem representada pela turma F do 6º ano - pelo menos é assim que consta do respectivo certificado.
A notícia é esta:
Parabéns aos vencedores!!!

Fé, Cultura e Educação

http://www.snpcultura.org/guia_para_leitura_obra_joseph_ratzinger_bento_xvi.html

sábado, 23 de junho de 2012

Três em cada 10 professores têm um esgotamento

Trinta por cento dos professores enfrentam um esgotamento associado a elevados níveis de ansiedade e depressão, revela um estudo realizado por duas investigadoras do Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA).
O estudo demonstra que são os docentes do ensino secundário que apresentam valores superiores nos níveis de stress e que têm mais tempo de carreira.

“Nesta amostra, os professores que estão em esgotamento ou ‘burnout’ [distúrbio psíquico de carácter depressivo] são professores mais velhos na carreira, efectivos, que já passaram por algumas reformas, por algumas políticas, umas vezes com mais motivação e outras com menos e que, neste momento, estão cansados. Além disso, são professores que têm bastante experiência profissional e são professores do ensino secundário”, explicou à Renascença Ivone Patrão, uma das investigadoras deste estudo.
As causas que levam a esta situação são várias, nomeadamente, a sensação de perda de prestígio da profissão de professor, questões burocráticas e relacionadas com a indisciplina e desmotivação dos alunos.
Os professores do ensino primário ou básico, uma parte deles, também sofre de esgotamento, mas por razões específicas, como o facto de serem “o pilar, o único professor”. “São eles que têm que estar em contacto diário com os alunos, com os pais, e são eles que têm que fazer toda a gestão da sala de aula, sublinha Ivone Patrão.
As investigadoras recomendam a intervenção na promoção da saúde mental dos docentes, porque o “professor é a chave” na universo escolar.
O estudo foi apresentado esta quinta-feira, em Lisboa, durante um colóquio internacional de psicologia e educação.

Ver mais em: http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=25&did=67204

domingo, 17 de junho de 2012

Uma pedagogia da aprendizagem

* José Matias Alves

A escola é um espaço tempo de aprendizagem. Este é o foco que deve mobilizar a atenção de todos os responsáveis pela ação educativa. A planificação, a organização e as decisões devem visar a criação de melhores oportunidades de aprendizagem. Em primeiro lugar, a aprendizagem dos alunos. Nenhum pode ficar à margem deste processo de crescimento. Mas também a aprendizagem dos professores, dos funcionários e dos pais e encarregados de educação. Todos são convocados para aprender novos conceitos, novas visões e disposições, novos métodos que aumentem as probabilidades de aprender. Como dizia António Nóvoa, o centro (e o sentido) da escola é a aprendizagem e as pessoas que a realizam.


Mas a aprendizagem significa, muitas vezes, a desaprendizagem. Fernando Pessoa pela visão de Alberto Caeiro sabia-o:

O essencial é saber ver,
Saber ver sem estar a pensar,
Saber ver quando se vê,
E nem pensar quando se vê
Nem ver quando se pensa.
Mas isso (tristes de nós que trazemos a alma vestida!),
Isso exige um estudo profundo,
Uma aprendizagem de desaprender
(poema XXIV)

Trazemos a alma vestida de rotinas, de preconceitos, de mitos e ilusões. Precisamos de raspar a tinta com que nos embotaram os sentidos (Alberto Caeiro) para ver a realidade das pessoas que são a escola. Para ouvir e escutar os pedidos silenciosos de muitos alunos que usualmente ficavam abandonados de si mesmos no fundo da sala. Para sentir os apelos inauditos e compreender os motivos das recusas e do não querer.

Esta aprendizagem pressupõe, como dissemos, uma disponibilidade para desaprender. Nas palavras de Olivier Reboul (1983):

O que é aprender, em todos os domínios, senão “desaprender” alguma coisa, deixar um hábito ou uma certeza no mais íntimo de nós próprios? Aprender é, antes de mais nada, romper com hábitos que se tornaram uma segunda natureza, é “desaprender” a respirar quando se trata de desporto ou de música, é “desaprender” os sons e a sintaxe da sua própria língua quando se pretende aprender outra. E o que é compreender, senão abandonar as pseudocertezas, afastar os “obstáculos epistemológicos” devidos à tradição e à experiência ingénua, recusar as verdades primeiras que nunca mais são, segundo Bachelard, que “erros primeiros”? Finalmente, o que é aprender a mudar, a renunciar corajosamente ao conforto e ao conformismo em que uma pessoa estava instalada como em sua casa, para vir a ser, enfim, ela própria. Aprender realmente é sempre “desaprender”, para vencer o que nos paralisa, nos encerra, nos aliena.

Esta desaprendizagem é, de facto, uma condição essencial de mudança. Mudar de visão (sobre a função primeira da escola, sobre a função do professor, sobre o estatuto de aluno…), mudar de modos de trabalhar e interagir no espaço escolar são operações essenciais que têm de ser garantidas pela pressão e pela persuasão.

* José Matias Alves é investigador, doutor em Educação e professor convidado da Universidade Católica Portuguesa.

terça-feira, 12 de junho de 2012

M. E. diz que programa de Matemática precisa de ser estruturado

Ministro da Educação diz que programa de Matemática precisa de ser estruturado

"Como se sabe, fui uma das pessoas que criticaram o novo programa de Matemática no Ensino Básico, por achar que é um programa que está pouco estruturado. Estamos neste momento a construir metas para o ensino do Português e da Matemática e vamos alargar essas metas para outras áreas disciplinares e esta poderá ser uma das maneiras de obviar certas dificuldades que existem", salientou.
Ler mais em:
http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Educacao/Interior.aspx?content_id=2605713&page=-1

domingo, 6 de maio de 2012

(D)No meu tempo...

..., outros tempos, era assim.

Exame 4ª classe

Ex aritmetica geometria-história

Ex solucoes 4ª_redacção_ditado_desenho_1968

Exam geografia 4ª_classe

Exames_nacionais_do_primário_48_a_74

domingo, 25 de março de 2012

quarta-feira, 14 de março de 2012

CURIOSIDADES: Matemáticos precoces

Observe-se o desenvolvimento mental precoce de alguns dos grandes matemáticos.
Blaise Pascal, aos 16 anos de idade, escreveu um tratado sobre as cônicas, considerado como um dos fundamentos da geometria moderna. Pascal contribuiu decisivamente para a criação de dois novos ramos da matemática: a Geometria Projetiva e a Teoria das Probabilidades.
Évariste Galois, aos 15 anos, discutia e comentava as obras de Legendre e Lagrange, o que culminou, posteriormente, na percepção da impossibilidade de encontrar um expressão para raízes de equações algébricas com grau maior que 4.
Alexis Clairaut, aos 10 anos, lia e compreendia as obras do Marquês de L'Hôpital sobre cálculo. E acabou sendo o precursor da Geometria Diferencial.
Joseph Bertrand, aos 11 anos, iniciava o curso na escola Politécnica, e aos 17 recebia o grau de doutor. Aos 23 anos, lançou a conjectura que sempre existe ao menos 1 número primo entre n e 2n-2 para todo n maior do que 3.
Nicolas Henri Abel, aos 16 anos de idade, fazia investigações sobre o problema de resolução da equação do quinto grau, o que desencadeou, posteriormente, na primeira prova completa da inexistência de uma fórmula algébrica para essas raízes. Morreu aos 26 anos de tuberculose.
Johann Carl Friedrich Gauss, aos 7 anos de idade, somou os números inteiros de 1 a 100 rapidamente usando o raciocínio que demonstra, até hoje, a fórmula da soma de uma progressão aritmética.

terça-feira, 13 de março de 2012

Educação para...

... totós
Escrito por Eduardo Sá Sexta, 20 Janeiro 2012

Muitos pais enfeitiçam as crianças, tornando-as sapos, quando as transformam no seu precioso espelho mágico, ficando totós uns para os outros.
1. Nas histórias para as crianças há, regra geral, uma princesa adormecida (de preferência formosa) e um cavaleiro apaixonado que se propõe despertá-la, com um fogoso beijo nos lábios. É verdade que poucos pais consideram que esta tendência obstinada de um transeunte, cheio de amor-próprio, para incomodar (com beijoquices) o eterno descanso da princesa seja um mau exemplo para as crianças. E é verdade, também, que se fosse um filho nosso a beijar (mesmo por distracção) um sapo com quem se tivesse cruzado, em vez de despontar – de tão fortuita fortuna - um príncipe teríamos lá em casa uma zaragata à italiana. Por outras palavras: não há quem entenda a forma imprudente como os adultos põem aos beijos as personagens das histórias para as crianças…
Mas – pior ainda – o que me preocupa é que nessas histórias há sempre uma pessoa que dorme e outra que a desperta. E isto já é publicidade enganosa. Porque – todos sabemos – duas pessoas acordam sempre que aquilo que as liga as desperta, uma à outra, ao mesmo tempo. Aliás, eu  acho que, com as crianças, se passa, sensivelmente, ao contrário do que sucede às princesas e aos sapos: elas estão despertíssimas mas, mais beijo menos beijo, há sempre alguém que não descansa enquanto não as adormece, por dentro, e as transforma em totós. (Se pensava que o lado enganador das histórias para as crianças passava pela forma como elas falam, por exemplo, de fadas – como se fosse possível encontrá-las numa qualquer repartição – ou pelo engenho com que põem uns pares de renas e o Pai Natal às voltas pelo ar, está muito enganado…).
2. Histórias à parte, são muitas as circunstâncias em que os pais acumulam muitos créditos com os quais tornam as suas crianças um bocadinho adormecidas. Ou, se preferirem, um tudo-nada… totós. Daí que, para acabarmos, de vez, com esta tentação de transformarmos crianças despertas em totós adormecidos devemos dizer que:
- as crianças estão autorizadas a sujar-se. As crianças que não se sujam não são uns anjos: ainda não descobriram que serão pessoas melhores sempre que forem pequenos índios com coração e com maneiras;
- as crianças devem brincar, também, na rua. Sempre que só sentem a cidade através dos vidros do carro dos pais deixam de ser crianças: ficam macambúzias;
- as crianças precisam de descobrir o tempo livre. Quando têm uma agenda e nunca mandam nos seus minutos – pelo menos quando brincam – não são crianças. São burocratas de mochila;
- as crianças têm o «direito constitucional» de andarem de cabeça no ar. Sempre que alguém as quiser certinhas e crescidas ficam rezingonas. E só quando forem pais, com um sentimento que viveram adormecidos, é que irão perceber que só aprende quem põe ao leme, para sempre, a vontade de rir;
- as crianças têm o dever de crescer com a ajuda de algumas trapalhices, porque só as crianças trapalhonas sabem que o brincar é a melhor escola de todos os imprevistos;
- as crianças estão autorizadas a cair. Nunca caindo não aprendem a cair;
- as crianças devem lutar, várias vezes por semana. Primeiro, com almofadas, com os irmãos. Depois, no chão da sala, com o pai. E, a seguir, com os amigos, fora de casa. Se nunca lutam podem, até, parecer exemplares. Mas não são crianças: tornam-se «xoninhas»;
- as crianças têm o direito a não ser falsamente elogiadas. Sempre que as elogiam, como se fossem tolas, viram sapos. Podem até ser belas. Mas tornam-se adormecidas.
3. Nas histórias para as crianças há, regra geral, uma princesa adormecida (de preferência formosa) e um cavaleiro apaixonado que se propõe despertá-la, com um fogoso beijo nos lábios. Mas, na verdade, quem estraga as histórias das princesas adormecidas não são nem os dragões nem as maçãs envenenadas. Nem o riso sarcástico das bruxas. Nem, muito menos, o lobo mau, o capitão Gancho ou a Maga Patalógica São mais os espelhos mágicos. E, pior, muitos pais enfeitiçam as crianças, tornando-as sapos, quando as transformam no seu precioso espelho mágico, ficando totós uns para os outros. E, mais beijo menos beijo, esquecem que, ao contrário das histórias, as pessoas só acordam sempre que despertam, umas para as outras, ao mesmo tempo

http://www.paisefilhos.pt/index.php/opiniao/eduardo-sa/2343-educacao-para-totos

segunda-feira, 12 de março de 2012

quarta-feira, 7 de março de 2012

As crianças e a televisão

Cada criança em Portugal passa cerca de 23 horas por semana em frente à televisão. São cerca de três horas por dia, bem mais do que o tempo que passam com os pais ou com os irmãos.
Sendo assim, os verdadeiros encarregados de educação dos nossos filhos são os aparelhos de televisão. Enquanto vê televisão, cada miúdo é bombardeado, em média, por 25 mil anúncios por ano. Estas doses maciças de propaganda constituem autênticas lavagens de cérebro.
E as consequências estão aí bem à vista. Os miúdos vestem todos da mesma forma e brincam com os mesmos brinquedos. Os pais, pressionados, vêem-se na obrigação de satisfazer os desejos dos filhos, tenham ou não dinheiro para tal.
Por outro lado, os maus hábitos alimentares resultam do apelo publicitário permanente ao consumo de comidas pouco saudáveis. Os problemas de saúde são a consequência inevitável. A obesidade infantil afecta já hoje inúmeras crianças, sendo que destas, entre 50 a 80% serão adultos obesos.
Além do mais, muitos brinquedos e jogos apelam a atitudes violentas, com a consequente influência no comportamento hiperactivo e na indisciplina nas escolas.
Poderiam evitar-se todos estes males limitando, ou simplesmente proibindo, a publicidade dirigida a menores. Que é o que acontece, aliás, em toda a Europa civilizada
.
FONTE: http://rr.sapo.pt/opiniao_detalhe.aspx?fid=34&did=53159

domingo, 19 de fevereiro de 2012

APRENDER NÃO OCUPA ESPAÇO..... Pi & Fi

Todos nós já ouvimos falar em Pi.
Pi é o irracional mais famoso da história, com o qual se representa a razão constante entre o perímetro de qualquer circunferência e o seu diâmetro.
Equivale  a 3,141592653589793238462643383279502884197169399375 ............... e é conhecido modestamente por 3,1416.
(Não confundir com Fi que corresponde a 1,618.)

Fi, apesar de não ser tão conhecido, tem um significado muito mais interessante.
Durante anos o homem procurou a beleza perfeita, a proporção ideal.
Os gregos, (ainda eles, como nós, não deviam montanhas de euros a ninguém ), criaram então o rectângulo de ouro.
Era um rectângulo, do qual se extraiu uma proporção: o lado maior dividido pelo lado menor.
E a partir dessa proporção tudo era construído. Assim eles fizeram o Parthenon, onde aparece a
proporção nos rectângulos que formam a face central e a lateral; a profundidade dividida pelo comprimento ou altura; tudo seguia uma proporção ideal de valor 1,618.
Os Egípcios ( antes de andarem à tareia, em princípio, por causa do futebol e do Mubarak) fizeram o mesmo com as pirâmides:
Cada pedra era 1,618 menor do que a pedra de baixo, ou seja, a de baixo era 1,618 maior que a de cima, que era 1,618 maior que a da 3ª fileira, e assim por diante.
Durante milénios, a arquitectura clássica grega prevaleceu. O rectângulo de ouro era um padrão.
Mas, depois de muito tempo veio a construção gótica com formas arredondadas, que não utilizavam o rectângulo de ouro grego.
No passado ano 1200, contudo, Leonardo Fibonacci, um matemático que estudava a reprodução de coelhos, criou aquela que é provavelmente a mais famosa sequência matemática, a Série Fibonacci.
A partir de um casal de coelhos, (um macho e uma fêmea,) Fibonacci foi contando como eles iam proliferando.
Notou que, durante várias gerações, a reprodução se verificava numa sequência onde cada número é igual à soma dos dois números anteriores: 1 2 3 5 8 13 21 34 55 89 ...
1+1=2
2+1=3
3+2=5
5+3=8
8+5=13
13+8=21
21+13
e assim por diante.
Aí aparece a 1ª "coincidência": a proporção de crescimento médio da série é... 1,618 (o tal número Fi).
Os números variam, um pouco acima às vezes, outras um pouco abaixo, mas a média é 1,618 -
exactamente a proporção das pirâmides do Egipto e do rectângulo de ouro dos gregos.
Então, essa descoberta de Fibonacci abriu uma nova ideia de tal proporção, a ponto de os cientistas começarem a estudar a natureza em termos matemáticos, começando a descobrir coisas fantásticas.
Por exemplo:
- A relação abelhas fêmeas/abelhas machos numa colmeia é de 1,618;
- A proporção em que aumenta o tamanho das espirais da casca de um caracol é de 1,618;
- A proporção em que aumenta o diâmetro das espirais das sementes na flor de um girassol é de 1,618;
- A proporção em que diminuem as folhas de uma árvore à medida que aumenta a sua altura é de 1,618;
E não só na Terra se encontra tal proporção. Nas galáxias, as estrelas distribuem-se em torno de um astro principal numa espiral que também obedece à proporção de 1,618.
Por isso, o número Fi ficou conhecido como a DIVINA PROPORÇÃO.
Porque, interrogam-se os historiadores religiosos, para a beleza perfeita, teria Deus escolhido tal valor para fazer o Mundo?
Por volta de 1500, (como o tempo passa!), com o regresso do Renascimento, a cultura clássica voltou a ser moda.
Michelangelo e, principalmente Leonardo Da Vinci, grandes devotos da cultura pagã,
colocaram esta proporção natural nas suas obras. Mas, Da Vinci foi ainda mais longe:
ele, no papel de cientista, analisava cadáveres para medir as proporções do corpo humano, 
descobrindo que nenhuma outra coisa obedece tanto à DIVINA PROPORÇÃO como o corpo humano...a obra prima de Deus.
Por exemplo:
- Meça a sua altura e depois divida pela altura do seu umbigo até ao chão: o resultado é 1,618.
- Meça o seu braço inteiro e depois divida pelo tamanho do seu cotovelo até ao dedo: o resultado é 1,618.
- Meça o seus dedos, ele inteiro dividido pela distância da dobra central até à ponta ou da dobra
central até à ponta dividido pela segunda dobra: o resultado é 1,618;
- Meça a sua perna inteira e divida pela distância do seu joelho até ao chão. O resultado é 1,618;
- A altura do seu crânio dividida pela distância da sua mandíbula até ao alto da cabeça dá 1,618;
- Da sua cintura até à cabeça e depois só ao tórax:  1,618;

(Considere sempre os erros de medida da régua ou da fita métrica, que não são instrumentos precisos de medição).
Tudo, como cada osso do corpo humano, é regido pela Divina Proporção.
Coelhos, abelhas, caramujos, constelações, girassóis, árvores, a arte e o homem, tudo coisas aparentemente diferentes estão todas ligadas por uma proporção comum.
Até hoje, esta é considerada a mais perfeita das proporções.
Não por acaso, é usada pelos "inteligentes" no nosso tempo:
meça o seu cartão de crédito, largura / altura, o seu livro, o seu jornal, etc.
Encontramos ainda o número Fi em famosas sinfonias, como a 9ª de Beethoven e outras obras musicais.

Será tudo isto uma mera coincidência?

A respeito deste assunto , há dois livros óptimos :
''Deus é matemático? '' e ''A Razão Áurea '', de Mário Lívio.

domingo, 15 de janeiro de 2012

O cérebro também come

Lembrando a relação entre a alimentação e a aprendizagem. Parecendo que não ...
O cérebro também come

sábado, 14 de janeiro de 2012

MAL EDUCADOS OU EDUCADOS MAL

Hoje em dia, entre os discursos mais comuns nas actuais gerações de educadores, encontramos questões como: “As crianças, hoje, não sabem o que é educação!”; “Os adolescentes estão vazios de valores, não têm referências, perderam a noção do certo e do errado”. Há, também, o desrespeito pela autoridade dos professores e dos pais. Então ouvimos: “O meu filho não estuda quando eu mando; não consigo que ele faça osTPCs! Não consigo que vá às aulas de apoio!!!”; “O meu filho só quer ver televisão, jogar  playstation e estar no MSN com os amigos. Não consigo fazer nada dele!!!”.“A minha filha, de quatro anos, está demais! Nunca me deixa ver os meus programas na TV e tenho de esperar que vá para a cama, mas nunca consigo que seja antes das 22h!”.“O meu filho anda no mau caminho!Não consigo que ele deixe aquelas companhias!”. Mas também há pais que dizem,com bastante orgulho: “Eu não me preocupo com o meu filho! Só tem 14 anos, mas já trata bem de si! Sai à noite, organiza as boleias com os amigos, ele sabe bem o que fazer! Posso dormir descansado!”. Encontramos, ainda, casos de gravidez precoce, levando tantas meninas-crianças a experimentar o dissabor do aborto ou de uma maternidade vivida no mundo da fantasia. Muitos desabafos dos educadores de hoje parecem discursos repetidos das gerações anteriores pois, na realidade, o conflito geracional faz parte da história da humanidade. Mas, a verdade é que, actualmente, são diversas as situações que os educadores descrevem como verdadeiros caos na vida das crianças. As lamentações do mundo adulto sobre o mundo infanto-juvenil são tantas que nos merecem uma reflexão. Se observarmos bem, num grande número de famílias percebemos que são os filhos, desde pequenos, que têm a “batuta” na mão da gestão dos passos da família, possuem poder de decisão sobre a sua vida e são-lhes dadas responsabilidades que não têm condições de assumir. As crianças parecem viver a ambivalência prazer-dor, divididas entre o poder oferecido pelos pais, que lhes parece excelente, e o vazio de uma vida onde estão sozinhas na gestão das escolhas. A dificuldade na escolha, pela ausência de limites, desenvolve nas crianças uma angústia que Freud refere ser fruto do “desamparo a que a criança é sujeita”. Por outro lado, Jean-Paul Sartre defende que o Homem se sente angustiado “em saber que é senhor de seu destino”. A questão parece assentar, basicamente, no papel que hoje os adultos têm na sociedade e nas famílias: onde e como estão os adultos na vida destas crianças que tanto criticam? Que modelos constituem para que mereçam ser seguidos? Que linhas orientadoras lhes dão? De que modo lhes mostram que o mundo é gerido por regras e ordem? Como gerem a sua própria vida? Que presença afetiva têm nas ávidas necessidades das crianças? O que lhes ensinam sobre como dar e receber afectos? Como lhes ensinam a assumir responsabilidades pelos actos praticados na vida, sem recorrer ao “chicote” por falta de habilidade para estabelecer diálogos? Como gerem o trinómio tempo-quantidade-qualidade na relação com as crianças? Mais do que maus modelos, assiste-se à crise da ausência de modelos. Cada vez mais encontramos, nas famílias, pais demasiado ausentes. O trabalho envolve-os demasiado, rouba-lhes horas de família e, quando estão, em muitos casos não têm paciência para dar resposta às necessidades dos filhos. As ausências da família compensam-se com a satisfação exagerada de bens materiais, com o excesso de permissividade ou, pelo contrário, com uma presença autoritária, ou, ainda, com uma proteção desmesurada. Por ser um tema que a todos atinge, porque somos pais ou desempenhamos um papel de educador cívico (e todos o devemos ter!), são vários os autores que têm escrito para ajudar a bem educar. Algumas propostas de leitura vão para AldoNaouri, com o seu já best-seller “Educar Filhos – uma urgência nos dias que correm”, e “Inteligência Emocional na Educação”, de John Gottman e Joan Declaire. Não precisamos de muito tempo, mas precisamos de tempo bom.
ALEXANDRA MELO
                                                                                                                                                                              
Psicóloga do Serviço de Psicologia

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

A Vida está nos olhos

É preciso a certeza de que tudo vai mudar; É necessário abrir os olhos e perceber que as coisas boas estão dentro de nós:
onde os sentimentos não precisam de motivos nem os desejos de razão.

O importante é aproveitar o momento e aprender sua duração;
Pois a vida está nos olhos de quem sabe ver...

Se não houve frutos, valeu a beleza das flores.
Se não houve flores, valeu a sombra das folhas.
Se não houve folhas, valeu a intenção da semente.

in ÁGAPE, Pe. Marcelo Rossi

Matemática & Cartoon's

Calvim e a matemática