Passo a explicar. Para tal, servir-me-ei das palavras de Fernando Savater, filósofo e grande pedagogo espanhol, no seu livro "O Valor de Educar" [pp.52-54]. São elas que melhor dirão dos objectivos & intenções deste blogue. Ei-las:
«Em linhas gerais, a educação, orientada para a formação da alma e para a transmissão do respeito pelos valores morais e patrióticos foi sempre considerada de um nível superior ao da instrução, destinada a dar a conhecer competências técnicas ou teorias científicas. (...)
Em contraposição, educação versus instrução, parece hoje notavelmente obsoleta e bastante enganadora. (...). Sucede ainda que separar a educação da instrução se mostra não só indesejável, mas igualmente impossível, uma vez que não se pode instruir sem educar e vice-versa. Como poderemos transmitir valores morais ou de cidadania sem recorrermos a informações históricas, sem termos em conta as leis em vigor e o sistema de governo estabelecido, sem falarmos de outras culturas e países, sem reflectirmos, por elementarmente que seja, sobre a psicologia e a fisiologia humanas ou em empregarmos algumas noções de informação filosófica? E como poderemos instruir alguém em matéria de conhecimentos científicos, se não lhe inculcarmos o respeito por valores tão humanos como a verdade, a exactidão ou a curiosidade?». Ah e também de Pitágoras «eduquemos as crianças e não será necessário castigar os homens»

Coragem... pequeno soldado do imenso exército. Os teus livros são as tuas armas, a tua classe é a tua esquadra, o campo de batalha é a terra inteira, e a vitória é a civilização humana" (Amicis, Edmondo in Cuore)

quarta-feira, 28 de março de 2018

EDUCAÇÃO&FORMAÇÃO: As crianças têm direito a não dar beijinhos

Quem tem filhos pequenos conhece o filme: frequentemente familiares, amigos e conhecidos querem beijinhos dos miúdos quando os encontram e, também frequentemente, os miúdos recusam. Faz sentido insistir comos pequenos para darem beijos ou deve ser a criança a escolher como cumprimentar? Para saber mais, clicar AQUI.

terça-feira, 27 de março de 2018

ESPIRITUALIDADE: A caminho do Sínodo dos Jovens I

Habituados a olhar para si mesmos e para os seus próximos, com o tal interesse experimental, os jovens procuram educadores “com rosto humano”, disponíveis para “reconhecer a sua fragilidade”. Para saber mais, clicar AQUI.

segunda-feira, 26 de março de 2018

ENSINO: Alunos que estudaram com tablets tiveram sucesso escolar de quase 100%

José Luís Ramos explica que houve alunos que usaram os aparelhos com muita intensidade para diversão, outros que os usaram pouco, mas de forma eficiente. E conta que alguns utilizaram a tecnologia a seu favor, enquanto outros baixaram as notas: "Sabemos que alguns alunos tiveram alguma dificuldade em gerir o seu tempo." Para saber mais, clicar AQUI.

quinta-feira, 22 de março de 2018

EDUCAÇÃO&FORMAÇÃO: Há um outro mundo!

Na altura, ainda não se tinha inventado o “sofrimento insuportável” e, por isso, quando chegava a hora da morte, simplesmente morria-se… e para saber mais, clicar AQUI.

sexta-feira, 16 de março de 2018

EDUCAÇÃO&FORMAÇÃO: Quem manda?

«O miúdo é a pessoa mais poderosa entre os . Com efeito, os gregos são comandados pelos atenienses, os atenienses são comandados por mim, eu pela mãe do meu filho, e a mãe pelo próprio miúdo.» Para saber mais, clicar AQUI.

quinta-feira, 15 de março de 2018

ENSINO/EDUCAÇÃO/FORMAÇÃO: Habilitações versáteis

A melhor estratégia é desenvolver habilitações transferíveis, tais como a capacidade para resolver problemas, de compreender e comunicar com outros, a capacidade de analisar e estruturar dados. Para saber mais, clicar AQUI.

segunda-feira, 12 de março de 2018

inPRENSA: Jan de Groof: "Os peritos são os professores. Nós somos os burocratas"

Especialista em políticas educativas, o belga Jan de Groof, que foi conselheiro da UNESCO e tem apoiado como conselheiro reformas educativas em vários países, veio a Portugal falar sobre o futuro do setor, a convite da Universidade Europeia. Defende que o país tem de recuperar o investimento no setor, que desceu a pique nos anos da crise, e dar mais autonomia às escolas e aos professores. Para saber mais, clicar AQUI.

sexta-feira, 9 de março de 2018

EDUCAÇÃO&FORMAÇÃO: Descodificador de adolescentes

OPINIÃO

Descodificador de adolescentes

Mais centrados naquilo que é visível, acabamos por não ver, muitas vezes, aquilo que é invisível aos olhos.

Há dias, uma jovem de 13 anos de idade dizia-me que deveriam existir descodificadores de adolescentes. “Descodificadores de adolescentes?”, perguntei eu. “Sim, uns aparelhos em que os adultos metiam lá o que nós dizíamos ou fazíamos e depois saía um papel escrito a dizer o que é que aquilo realmente significava e o que eles deviam dizer ou fazer.”

Isto parece-me muito interessante! E penso que pode ajudar-nos a reflectir sobre o tipo de coisas que os adultos poderiam lá colocar... e o que efectivamente sairia escrito no papel?
Dizia a dada altura essa jovem: “Muitas vezes sinto-me triste, ou porque me chateei com uma amiga na escola, ou porque tive uma má nota num teste, e em vez de chorar fico tão irritada, mas tão irritada... grito, respondo mal, dou pontapés nas coisas.” E os adultos não percebem. Gritam e castigam. Às vezes batem, outras vezes não o fazem, mas vontade não lhes falta.
Outros adolescentes dizem ainda “não gosto de ti, odeio-te!”, quando, na verdade, gostam e apenas querem ser gostados. Estão zangados e nem sempre sabem como expressar o que sentem. E os adultos gritam, chamam-lhes mal-educados, ingratos. Outros, ainda, retorquem e dizem “também não gosto de ti!”.
“Odeio a minha mãe, nunca mais quero falar com ela”, dizia recentemente uma adolescente, enquanto lágrimas grossas escorriam pela cara. Penso que o descodificador iria dizer-nos o quão ela se sentia magoada, revoltada, desiludida... e, ao mesmo tempo, desejosa de uma mãe que a acarinhe. Ao ouvir isto, esta mãe reagiu com agressividade, chamando-lhe injusta e ingrata.
“Ontem parti tudo lá em casa”, dizia um adolescente institucionalizado há cinco anos, sem projecto de regresso a casa, nem projecto de adopção, ou qualquer outro projecto de vida. “Em banho-maria”, como ele costuma dizer. Aqui o papel do descodificador diria, muito provavelmente, algo como “quero uma família, quero ser adoptado, quero ser amado, quero ser especial para alguém”. A instituição reagiu com castigos. Perdeu a semanada durante um mês e ficou impedido de ver televisão, jogar videojogos ou praticar o desporto que tanto adora.
“Quero morrer, desaparecer, e corto-me para esquecer tudo”, dizia uma rapariga de 14 anos, mostrando os braços marcados, e as pernas também, as virilhas, os tornozelos... cicatrizes sem regresso, mais profundas do que aquilo que os olhos permitem ver. Estes cortes, diria o descodificador, são talvez o sinal de muita dor emocional e não uma mera chamada de atenção. São de alguém que sofre significativamente, de quem não tem esperança no futuro, nem em si, nem nos outros. De alguém que precisa ser olhado e escutado... A professora repreendeu-a diante de toda a turma, humilhando-a. Os pais reagiram com indignação. “Se lhe damos tudo, tem tudo o que quer, como pode agora fazer-nos isto?” Repito! Fazer-NOS isto.
“Tenho tudo o que quero, tudo o que peço aos meus pais eles compram... uma mala de marca, que pode até custar quase mil euros, uma roupa de marca, sapatos, relógios...” Segundo o tal descodificador, estes pedidos incessantes e excessivos talvez sejam de uma jovem que precisa de atenção, de sentir-se reforçada, integrada e valorizada. Talvez viesse escrito no papel, “conversem com a vossa filha, façam actividades com ela, escutem-na, observem-na, reservem tempo para estar com ela”. Estes pais não dizem não. Não a contrariam e limitam-se a comprar tudo o que lhes é pedido. Sem mais conversas.
Os adolescentes são um desafio. Numa fase da vida em que tantas questões se colocam, tantas dúvidas e incertezas, em que tudo e todos são questionados. Tudo é colocado em causa.
Os pais e os professores desesperam. “Apetece-me bater-lhe todos os dias”, “não suporto nem admito a forma como me fala, ou não me fala”, “os comportamentos são inadmissíveis e pensa que manda e decide tudo”, são alguns, apenas alguns, exemplos do que nos dizem muitos adultos.
Mais centrados naquilo que é visível, acabamos por não ver, muitas vezes, aquilo que é invisível aos olhos. Aquilo que não é dito. O significado dos silêncios. Dos olhares. Do não olhar. Do não falar ou não responder a uma pergunta que lhes é feita. Se precisamos de descodificadores de adolescentes? Eu diria que precisamos de descodificadores de crianças, de adolescentes e de adultos. Porque nem sempre o que é dito é realmente sentido. Porque nem sempre se expressa da melhor forma aquilo que, efectivamente, se pensa e sente. Porque temos muitas vezes comportamentos e reacções paradoxais, estranhas, incompreensíveis para quem vê apenas com os olhos e escuta apenas com os ouvidos.
Sim, precisamos aprender a descodificar. Porque nem tudo é preto ou branco. Porque existem infinitos tons de tantas cores.

domingo, 4 de março de 2018

inPRENSA: Professor do Gana mostra que é possível ensinar informática sem um computador

O professor do Gana partilhou uma fotografia nas redes sociais em que mostra a simulação de uma captura de ecrã do Microsoft Word feita com giz de várias cores num quadro. “Ensinar TIC numa escola do Gana é muito divertido”, garante. Para saber mais, clicar AQUI.