Passo a explicar. Para tal, servir-me-ei das palavras de Fernando Savater, filósofo e grande pedagogo espanhol, no seu livro "O Valor de Educar" [pp.52-54]. São elas que melhor dirão dos objectivos & intenções deste blogue. Ei-las:
«Em linhas gerais, a educação, orientada para a formação da alma e para a transmissão do respeito pelos valores morais e patrióticos foi sempre considerada de um nível superior ao da instrução, destinada a dar a conhecer competências técnicas ou teorias científicas. (...)
Em contraposição, educação versus instrução, parece hoje notavelmente obsoleta e bastante enganadora. (...). Sucede ainda que separar a educação da instrução se mostra não só indesejável, mas igualmente impossível, uma vez que não se pode instruir sem educar e vice-versa. Como poderemos transmitir valores morais ou de cidadania sem recorrermos a informações históricas, sem termos em conta as leis em vigor e o sistema de governo estabelecido, sem falarmos de outras culturas e países, sem reflectirmos, por elementarmente que seja, sobre a psicologia e a fisiologia humanas ou em empregarmos algumas noções de informação filosófica? E como poderemos instruir alguém em matéria de conhecimentos científicos, se não lhe inculcarmos o respeito por valores tão humanos como a verdade, a exactidão ou a curiosidade?». Ah e também de Pitágoras «eduquemos as crianças e não será necessário castigar os homens»

Coragem... pequeno soldado do imenso exército. Os teus livros são as tuas armas, a tua classe é a tua esquadra, o campo de batalha é a terra inteira, e a vitória é a civilização humana" (Amicis, Edmondo in Cuore)

terça-feira, 23 de abril de 2013

EDUCAÇÃO FINANCEIRA: As origens do sistema monetário actual (1/5)

Considerando que:
1. «No quadro da educação para a cidadania, o Ministério da Educação e Ciência (MEC), nomeadamente a Direção-Geral da Educação, está a concretizar uma estratégia de intervenção para a educação financeira no sistema educativo, conjuntamente com o Conselho Nacional de Supervisores Financeiros (CNSF), no quadro do Plano Nacional de Formação Financeira. Esta estratégia visa contribuir para elevar o nível de conhecimentos financeiros, junto da população em idade escolar, promovendo a educação financeira no âmbito da área transversal da Educação para a Cidadania.
A promoção da educação financeira junto de crianças e jovens em idade escolar é reconhecida, designadamente pela OCDE, como um dos meios mais eficientes para chegar a toda uma geração que se quer portadora de uma cultura financeira que lhe permita, enquanto jovem e futuro adulto, desenvolver comportamentos e atitudes racionais face a questões de natureza económica e financeira.»
http://www.dgidc.min-edu.pt/educacaocidadania/index.php?s=directorio&pid=128
2. «No âmbito do programa de educação financeira do Museu do Papel Moeda da Fundação Dr. António Cupertino de Miranda, uma das iniciativas consiste num lançamento de um concurso para apresentação de trabalhos de literacia financeira produzidos pelos alunos do ensino pré-escolar e básico.»  http://www.facm.pt/facm/facm/pt/servico-educacao/educacao-financeira
Então, despropositado não é, bem pelo contrário, a série didáctica sobre a origem do dinheiro que, desde já, aqui coloco:



O dinheiro é uma ferramenta usada na compra de bens, serviços, força de trabalho ou noutras transacções financeiras. Seu uso pode ser implícito ou explícito, livre ou por coerção. Acredita-se que a origem desta palavra em Portugal remete à moeda que já em tempos tivemos com o mesmo nome (o dinheiro).

A emergência do dinheiro não depende de uma autoridade central ou governo. trata-se dum fenómeno de mercado; na prática, entretanto, os tipos de moeda mais aceites actualmente são aquelas produzidas e sancionadas pelos governos principalmente devido a imposições legais e de pagamento de impostos. Assim uma grande parte dos países possuem um padrão monetário específico - um dinheiro reconhecido oficialmente, possuindo monopólio sobre sua emissão. Algumas excepções são o euro (usado por diversos países europeus) e o dólar (utilizado em todo mundo).

O dinheiro em si é um bem escasso e por isso está na origem de tantos problemas sociais. Muitas coisas já foram usadas como dinheiro, desde metais, conchas e até cigarros ou coisas totalmente artificiais como notas bancárias. Em épocas de escassez de dinheiro as pessoas procuram formas de contornar o problema com a introdução de moedas alternativas - o importante é não perder o poder de troca e compra essenciais para o funcionamento das comunidades. Estas moedas alternativas podem complementar o dinheiro governamental: cupons, passes, recibos, cheques, vales, notas comerciais entre outros.

Na sociedade ocidental moderna o dinheiro é essencialmente um símbolo - uma abstracção normalmente electrónica ou digital que actualmente representa cerca de 97% da totalidade do dinheiro em circulação. No entanto bens como ouro e prata mantêm muitas das características essenciais do dinheiro.

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