Passo a explicar. Para tal, servir-me-ei das palavras de Fernando Savater, filósofo e grande pedagogo espanhol, no seu livro "O Valor de Educar" [pp.52-54]. São elas que melhor dirão dos objectivos & intenções deste blogue. Ei-las:
«Em linhas gerais, a educação, orientada para a formação da alma e para a transmissão do respeito pelos valores morais e patrióticos foi sempre considerada de um nível superior ao da instrução, destinada a dar a conhecer competências técnicas ou teorias científicas. (...)
Em contraposição, educação versus instrução, parece hoje notavelmente obsoleta e bastante enganadora. (...). Sucede ainda que separar a educação da instrução se mostra não só indesejável, mas igualmente impossível, uma vez que não se pode instruir sem educar e vice-versa. Como poderemos transmitir valores morais ou de cidadania sem recorrermos a informações históricas, sem termos em conta as leis em vigor e o sistema de governo estabelecido, sem falarmos de outras culturas e países, sem reflectirmos, por elementarmente que seja, sobre a psicologia e a fisiologia humanas ou em empregarmos algumas noções de informação filosófica? E como poderemos instruir alguém em matéria de conhecimentos científicos, se não lhe inculcarmos o respeito por valores tão humanos como a verdade, a exactidão ou a curiosidade?». Ah e também de Pitágoras «eduquemos as crianças e não será necessário castigar os homens»

Coragem... pequeno soldado do imenso exército. Os teus livros são as tuas armas, a tua classe é a tua esquadra, o campo de batalha é a terra inteira, e a vitória é a civilização humana" (Amicis, Edmondo in Cuore)

sábado, 6 de fevereiro de 2016

ENSINO: "Aprender para Avaliar"

Eu gosto que as crianças sejam avaliadas. Gosto que vacilem sobre aquilo que sabem. Gosto que leiam as perguntas em diagonal e, de tão entusiasmadas, se precipitem e se tornem trapalhonas nas respostas. Gosto que fiquem "burras", de vez em quando, e que "bloqueiem" (como os seus pais dizem), parecendo deixar de saber responder ao mais elementar, errando onde era suposto que conseguiriam acertar, por mais que preservem raciocínios complexos e acertem naquilo que seria, facilmente, aceite que elas errariam. E gosto quando, ao saírem de um teste, sossegam os pais assegurando-lhes, com mais um "correu bem", que quer dizer: "não há motivo para alarmes". Por mais que, ao receberem a correção acerca daquilo que fizeram, fiquem sem saber quem é que, afinal, terá feito, por elas (certamente!), aquele teste. Por outras palavras, se as crianças não aprenderem a conviver com o medo de ser avaliadas, com todos os solavancos que isso lhes traz (em termos pessoais e em relação aos seus próprios desempenhos), ficam mais frágeis, menos afoitas, com menos garra e com menos brio.

No entanto, acho que somos todos muito batoteiros nas avaliações que lhes fazemos! Ora para saber o "como" e o "porquê" ler aqui, na LeYa Educação, mais um artigo do Drº Eduardo Sá, extenso, mas explícito.

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